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31/08/2011

Tratamento da dependência de crack e a internação compulsória

Fabiana Lustosa Gaspar*

Fabiana Lustosa Gaspar é psicóloga e Coordenadora Psicossocial da ONG Viva RioNos últimos tempos, o crack tem sido muito discutido e apontado como o grande mal-estar da civilização atual. Inúmeras matérias têm vinculado a dependência ao crack a uma epidemia sem controle no país, considerando-a como um fato consumado e legítimo.

Apesar destas “certezas” instaladas, vale ressaltar que uma das dificuldades centrais do Brasil é a realização de estudos atualizados e de escala nacional sobre esta problemática. O que tem sido visto são diversos trabalhos de caráter não representativo do país como um todo, abusivamente utilizados e denominados como tais, o que gera uma série de distorções e falhas de estimativa e interpretação.

Para agravar ainda mais este quadro, constata-se a escassa e bastante defasada experiência de pesquisa com populações em situações de rua, e as últimas publicadas nesse sentido são em locais anteriores à emergência do crack.

Sob este panorama, é importante o cuidado do trato sobre esta problemática bem como investigações neste sentido. Vale aqui destacar a pesquisa em curso na Fiocruz em parceria com a SENAD (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas)1  que busca traçar o perfil do usuário de crack no Brasil. Esta lança mão de métodos mais novos – como geoprocessamento e utilização de amostras complexas – que, provavelmente, redefinirão o entendimento e a abordagem dessa questão nos próximos anos.

É claro que a falta de dados consistentes e atuais sobre o enfretamento do uso e da dependência do crack não significa que deva ser desconsiderado. Porém, cabe salientar que estas conclusões gerais e radicalizadas tendem a provocar intervenções extremas e imediatas sem que haja espaço para uma reflexão adequada sobre este complexo problema.

Nos dias atuais, observa-se a implementação de diversos procedimentos descolados das diretrizes básicas de atenção aos usuários de álcool e outras drogas, que têm sido construídas e, indiscutivelmente progredido, a partir dos trabalhos teórico-práticos desenvolvidos ao longo dos anos.

Destaca-se, por exemplo, a Política do Ministério da Saúde para Atenção Integral aos Usuários de Álcool e Outras Drogas criada em 2004. Este documento contempla, a perspectiva da atenção integral e a produção de autonomia do sujeito, criando práticas comprometidas com a promoção, prevenção e o tratamento dos agravos relacionados ao uso de drogas e à dependência química.

Sob este ponto de vista, a reabilitação psicossocial e a reinserção do usuário apostam na potencialidade do território comunitário, valorizando-o no processo de saúde-doença em relação ao consumo de substâncias. Assim, tornou-se imperativo o incremento de ações extra-hospitalares, investindo nos conceitos de território e de rede para tecer o cuidado integral. A comunidade e o meio cultural passaram então a ser elementos fundamentais para este novo modo de conceber saúde mental.

Esta modalidade de cuidado vem de encontro ao que predomina no imaginário social. Este último tende a mitificar a internação, considerando-a como a única medida resolutiva no que tange aos usuários drogas. Desta maneira, a hospitalização é utilizada de forma indiscriminada sem que haja uma avaliação adequada do caso.

Diferentemente do que predomina no imaginário social – que o isolamento através da internação é o melhor modo de cuidado do dependente químico –, é o fortalecimento das relações dos recursos locais com o sujeito que possibilitam mudanças.

Alguns municípios do Brasil, por exemplo, adotaram a compra de leitos em hospitais privados como estratégia de cuidado, buscando ofertar o número suficiente de internações aos dependentes de drogas. Tal prática, além de extremamente custosa ao SUS, não discute a real necessidade do paciente.

Nos atendimentos dos usuários de drogas, percebe-se claramente que seu pedido – e dos familiares – via de regra é pelo internamento, muitas vezes por desconhecerem outras possibilidades de tratamento. Esta modalidade de tratamento, como na abordagem de outras patologias da saúde, precisa ser compreendida como recurso último, exigindo a elevada complexidade do nível hospitalar. A internação deve acontecer em situações graves e seguir em acompanhamento após a alta, sob pena de novas e sucessivas internações.
Sob esta perspectiva, mesmo para os casos mais graves, primeiramente, devem ser oferecidos serviços que proporcionem os cuidados intensivos necessários e, ao mesmo tempo, mantenham os vínculos familiares e sociais, diferentemente do internamento.

Destaca-se como interessante alternativa ao modelo asilar e de confinamento, os Centros de Atenção Psicossocial em Álcool e Outras Drogas (CAPS-AD). A modalidade de atendimento é multiprofissional, sendo o projeto terapêutico singular para cada pessoa, contemplando suas necessidades e desejos.  Nesses espaços, o tratamento psicoterápico em conjunto ao medicamentoso, quando necessário; os atendimentos às famílias; os trabalhos de geração de renda e as oficinas terapêuticas são desenvolvidos. É importante esclarecer que este serviço está sempre pronto para acolher o usuário, não exigindo a sua abstinência como pré-requisito à inserção no tratamento. Além disso, outro aspecto fundamental no atendimento aos usuários de drogas, é o trabalho de reabilitação visando à reinserção social e familiar do cidadão.

Considerando que a internação não deva ser considerada como primeiro recurso no cuidado aos usuários de álcool e outras drogas, a internação compulsória tampouco. Verifica-se que o número de recaídas nestes casos gira em torno 96 a 97% . Em outras palavras, torna-se praticamente ineficaz.

Diante desta ineficácia, entende-se que esta serve apenas, como meio de impedir um perigo imediato do paciente para a sua própria segurança ou de outras pessoas, num curto prazo de tempo. Vale esclarecer que o Ministério Público Estadual é a instância que deve acompanhar e regular este procedimento.

Neste sentido, quando se vincula diretamente o cuidado das crianças e adolescentes usuários de crack à internação compulsória, traz-se grande preocupação. Não só por sua ineficácia e pelo seu alto custo comparado a outras modalidades de intervenção, mas também por não apresentar um plano terapêutico que considere a grande complexidade a que este público está inserido.

Ao se falar em crianças e adolescentes usuárias de crack, não pode esquecer-se da situação de rua em que se encontram. Muitas destas, diferentemente do que predomina no imaginário social, não estão nas ruas em decorrência das drogas, mas sim o estão em virtude de um processo violento de exclusão social e familiar. Em outras palavras, o uso abusivo de drogas consiste em um sintoma decorrente de uma emaranhada e sofrida situação.

Para se conseguir, então, resultados mais positivos e consistentes no que tange às crianças e adolescentes moradoras de rua e usuárias de crack é essencial o trabalho de resgate da cidadania. Isto quer dizer que, para que o trabalho aconteça, é necessário que estes sejam reconhecidos enquanto sujeitos e, mais ainda, enquanto sujeitos de direitos.

Sob esta perspectiva, o acolhimento e a formação do vínculo são os pontos a serem perseguidos na primeira etapa de trabalho. Com estes estabelecidos, devem ser fortalecidas e desenvolvidas ações que busquem a prevenção, a promoção e os cuidados em saúde, que vão para muito além do uso da droga. É claro que estas devem estar aliadas ao trabalho intersetorial – em parceria com os setores da educação e da assistência social, por exemplo – para que se promova um real redirecionamento das trajetórias de vida destas crianças e adolescentes, considerando as suas singularidades.

Em outras palavras, deve-se ter sempre em mente que, quando trabalha com crianças e adolescentes moradoras de rua e usuárias de crack, a busca pela reinserção familiar e social é imprescindível para este processo de cuidado aconteça.


*Fabiana Lustosa Gaspar é psicóloga e Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Teoria Psicanalítica pela UFRJ. Atualmente, é Coordenadora Psicossocial da Organização Não Governamental Viva Rio. É autora do livro Anorexia e Violência Psíquica, da Editora Juruá
fonte: pró menino

29/08/2011

Hoje, 29 de agosto, é o Dia Nacional de Combate ao Fumo




 Hoje, 29 de agosto, é o Dia Nacional de Combate ao Fumo. As instituições de combate ao câncer espalhadas pelo país se unem e concentram esforços em campanhas de conscientização. Tipo mais comum de câncer no mundo e principal causa de muitas doenças pulmonares, como a bronquite crônica, o enfisema pulmonar, o câncer de pulmão  está associado ainda a tumores em vários outros locais e doenças cardiovasculares.     
Instituição referência no combate ao câncer no Nordeste, a Liga Norte-Rio-Grandense Contra o Câncer atendeu no primeiro semestre do ano 54 casos de câncer de pulmão. Para o superintendente da Instituição, Roberto Sales, o número embora expressivo, não reflete o real prejuízo que o cigarro causa. “A população em geral costuma associar o cigarro apenas ao câncer de pulmão. Na realidade, o cigarro pode causar vários outros tipos de câncer, entre eles o câncer de bexiga, intestino, esôfago, estômago, boca, tumores na cavidade oral e laringe, e até mesmo o câncer de mama”, alerta.
“Hoje, sabemos que o cigarro possui mais de quatro mil substâncias tóxicas, extremamente nocivas, e que algumas delas podem acelerar a mutação das células, promovendo a carcinogênese, que é o processo de formação do câncer, entre elas a nicotina. A população precisa atentar para esse mal e abolir o cigarro”, afirma Roberto Sales.
Segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) de 2010, o número de casos novos de câncer de pulmão no Brasil é de aproximadamente 17.800 entre homens e de 9.830 nas mulheres. Estes valores correspondem a um risco estimado de 18 casos novos a cada 100 mil homens e 10 para cada 100 mil mulheres. No Nordeste, o câncer de pulmão é o segundo mais freqüente nos homens, ficando atrás apenas do de próstata, e nas mulheres o quarto mais freqüente, atrás do de e mama, colo do útero e cólon e reto.
Na grande maioria das vezes detectado em estágios avançados, o câncer de pulmão permanece como uma doença altamente letal. A sobrevida média do paciente em cinco anos varia entre 13% e 20% em países desenvolvidos e 12% nos países em desenvolvimento. O INCA estima ainda que entre 80% e 90% da incidência de câncer de pulmão seja atribuída ao fumo.
Pensando nessa estatística, as instituições que combatem a doença estarão voltadas aos jovens, presas fáceis da indústria tabagística. O tema escolhido para este ano pelo INCA para nortear as discussões no Brasil foi “Cigarros Aditivados”, tendo como público alvo crianças e adolescentes. O objetivo é alertar que o consumo deste tipo de fumo com aditivos tóxicos e cancerígenos representa mais um fator agravante na manutenção da dependência.

18/08/2011

Professora argentina apela por 'morte digna' da filha de dois anos Selva Herbón diz que sua filha Camila está em um estado vegetativo permanente desde que nasceu.

Uma professora argentina fez um apelo para que sua filha de 2 anos de idade, em estado vegetativo desde que nasceu, possa ter uma "morte digna".
Selva Herbón, 37 anos, afirma que sua filha Camila, de dois anos e três meses, está em um estado vegetativo permanente desde que nasceu. Durante o parto, Camila ficou um período sem receber oxigênio, o que pode ter provocado danos cerebrais.
A professora enviou uma carta na semana passada aos deputados do país pedindo a aprovação de projeto de lei que permita "a morte digna" de Camila.
Herbón escreveu que a situação da menina é 'irrecuperável e irreversível', mas que existe um "vazio legal" na legislação atual que impede a retirada dos aparelhos que a mantém viva.
Na carta, a mãe diz ainda que especialistas de quatro lugares deram parecer favorável a 'limitar o esforço terapêutico e retirar o suporte vital' da criança.
Ela diz, porém, que nenhum médico quer se arriscar a desligar os aparelhos, já que o fato, com as leis atuais, seria definido como "homicídio".
Selva e seu marido, Carlos, são pais também de uma menina de 8 anos, saudável.
"Na minha condição de mãe, eu lhes suplico, a partir do meu caso e de muitos outros, que seja aberto o debate (no Parlamento)", afirmou na carta.
Sem visitas
Em entrevista à BBC Brasil, a professora disse ter certeza de que a 'morte digna' é o melhor para Camila.
"Na minha concepção de mãe, ela não tem vida digna. Camila não vê, não escuta, não chora, não sorri. Eu e meu marido não queremos que ela tenha uma vida mantida de modo artificial", disse.
A professora contou que o marido e a filha já não visitam a menina, internada no hospital Centro Gallego, da capital argentina, porque não suportam ver 'a criança crescer, mas sem sentir nada'.
"Conversei com um especialista da Universidade Católica Argentina (UCA) que me disse que é possível desligar, legalmente, os aparelhos desde que se comprove que ela tem morte cerebral. Vamos tentar conseguir um médico que confirme este fato", disse.
Questionada se o desligamento dos respiradores artificiais significaria eutanásia, ela respondeu: "Eutanásia quer dizer 'boa morte'".
Selva afirma que recebeu, nesta quarta, um diploma por um curso virtual de bioética que estudou durante quatro meses.
"Eu quis estudar para entender melhor o que estou defendendo para minha filha", disse.
Segundo ela, outros pais "podem preferir ter um filho nestas condições, para poder acariciá-lo todos os dias".
"Mas não é o que entendo como vida para minha filha", afirmou.
Especialistas
O apelo de Selva Herbón foi destaque nos jornais Clarin e La Nación, os principais da Argentina, e gerou entre especialistas manifestações pró e contra o pedido da mãe.
"Uma pessoa em estado vegetativo persistente pode permanecer assim entre oito e dez anos. Mas a maior quantidade de informação disponível hoje é em relação aos adultos. Por isso, se busca o consenso (sobre a morte digna) em cada caso", disse o presidente da Associação Cérebro Vascular Argentina, Conrado Estol.
A coordenadora do Comitê de Bioética do Incucai (Instituto Nacional Central Único de Doações e Transplantes), Beatriz Firmenich, disse que a menina "já não deveria estar viva".
Mas o diretor do Departamento de Bioética da Universidade Austral, Carlos Pineda, é contra o desligamento dos aparelhos. "É um ser humano que merece ser respeitado. Mas sua família não a considera um ser humano, e por isso pede que ela seja morta", disse Pineda.
O deputado Miguel Bonasso, do partido Diálogo por Buenos Aires, disse que o debate deve ser aberto, e por isso recentemente apresentou um projeto de lei no Congresso que possibilita "a autonomia dos pacientes e o respeito à sua vontade".
Seus assessores disseram, porém, que o texto foi pensado para adultos, e não para crianças, e por isso o debate é a melhor saída. De acordo com a imprensa local, outros oito projetos semelhantes estão no Congresso.
Para o assessor de Bioética da Secretaria de Direitos Humanos do governo federal, Juan Carlos Tealdi, o estado da menina é "irreversível" mas, na sua opinião, os médicos "têm medo de ser processados" pela Justiça.
Na Argentina, duas províncias, Neuquén e Rio Negro, sancionaram recentemente leis que legalizam a "morte digna".

15/08/2011

Caso Milena; Laudo aponta que garotinha Milena morreu de traumatismo craniano

O laudo médico resultado na necropsia feita na noite de ontem (domingo), no Instituto Tecnico e Cientifico de Policia (ITEP) em Caicó  apontou que a menina Milena Soares da Silva, 09 anos,  não foi violentada sexualmente e a causa da sua morte foi trauma craniano encefálico. (Traumatismo Craniano).

A Policia Militar da cidade de Jucurutu passou toda a noite realizando buscas e colhendo informações para tentar identificar e prender o autor do barbaro crime que chocou a população de Jucurutu e toda a região do Seridó.

Um primeiro suspeito foi identificado pela Policia e ao ser ouvido informalmente negou participação na morte de Milena e foi liberado,  ele será novamente ouvido na manhã de hoje. 

Populares cercam a casa do suspeito temendo que ele deixe a cidade de Jucurutu.

13/08/2011

Adolescente diz que apanha de cinco colegas há sete meses




Adolescente de 12 anos diz que é agredido há sete
meses por cinco colegas de escola em MS
(Foto: Ricardo Campos Jr./G1 MS)

Estudante diz ser vítima de bullying e que chegou a ser ferido com canivete. Caso foi registrado na polícia de Campo Grande como lesão corporal.

Uma dona de casa de 35 anos registrou nesta quarta-feira (10) boletim de ocorrência por lesão corporal contra cinco adolescentes por supostas agressões contra seu filho, de 12 anos, em Campo Grande. Segundo a denúncia, o garoto vinha sendo ridicularizado e ameaçado pelos estudantes desde o início do ano letivo.
De acordo com relatos do estudante, o bullying começou depois que ele disse à diretora que um colega de 14 anos havia matado aula. Desde então, o grupo de estudantes entre 12 e 14 anos passou a agredi-lo.
Segundo a mãe, o adolescente foi ferido novamente na terça (9) e, inicialmente, se recusava a contar o que havia acontecido. “Ele chegou apavorado. Até que ele disse que um dos colegas o mataria se ele contasse o que havia acontecido”, afirmou.
Na quarta, o estudante aceitou ir à escola acompanhado pelos pais, desde que fosse transferido para outra. No gabinete da diretora, revelou as ameaças e agressões. “Naquele momento o chão abriu e eu caí. Ele não falava nada em casa”, disse a mãe.
O adolescente diz que os episódios de violência aconteciam até mesmo dentro da sala de aula. O garoto tem algumas marcas pelo corpo, que teriam sido provocadas com socos, chutes e de perfurações feitas com lápis, o canivete e outros objetos cortantes.