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18/10/2012

Estatísticas não refletem a realidade do abuso sexual infantil

 
As revelações de Xuxa sobre ter sofrido abuso sexual quando criança trouxeram à tona um tema que costuma ser deixado embaixo do tapete.
Esse tipo de violência é mais comum do que se imagina e atinge muitas crianças e adolescentes, não importando raça,  credo, condição social ou cultural. Por ser um assunto e prática tabus, as estatísticas não refletem a realidade. É algo de que não se fala.
Geralmente, as vítimas não têm coragem de denunciar o que sofrem. Além de serem ameaçadas pelo agressor para não revelarem nada, sentem vergonha, medo e culpa, como a apresentadora. Imaginam que há algo de errado consigo próprias e que levou o outro a se comportar assim. Caso contem para alguém, sentem que não serão levadas a sério.
Nesse contexto, será a palavra de uma criança contra a de um adulto. E não um qualquer. Frequentemente, é alguém que faz parte de sua vida – são pessoas conhecidas e de confiança. As vezes, seus próprios cuidadores, das quais se sentem dependentes.
Um pacto de silêncio é selado. Levando essas crianças a carregarem o peso de um segredo  terrível. Sofrem caladas e sozinhas. Tornando o mundo um lugar cada vez mais inseguro, em que ninguém é confiável. Nem mesmo o cuidador que não é o abusador.
Esse, muitas vezes, faz parte dessa rede perversa por não poder ou não querer ver o que ocorre com seu filho. Que mesmo que não diga nada, dá sinais de que algo não vai bem. Seu estado emocional fica abalado. Algumas vítimas ficam deprimidas ou com medo. Podem sofrer de distúrbios alimentares ou até tentarem se suicidar. Têm aquelas que fogem de casa. Esses sinais não necessariamente significam que a criança ou adolescente sofreu abuso, mas indicam que algo não vai bem. É preciso esclarecer o que está ocorrendo.
Mas como ver um absurdo desses? Enxergá-lo é de certo modo reconhecer que as coisas fracassaram, caindo por terra o mito da família feliz e perfeita. Mantêm-se, assim, as coisas como estão. Mais uma vez essa criança é maltratada, pois não é cuidada e protegida por aqueles que deveriam zelar por ela. Fica solitariamente confinada em seu sofrimento, que carrega para a vida toda. Dá tempo de salvá-la se puderem parar de brincar de casinha.
Como é difícil também para a própria sociedade reconhecer que esse problema existe. Basta vermos a reação de muitos diante das declarações de Xuxa. Mesmo com quase 50 anos, alguns duvidaram do que ela disse. Outros questionaram se ela não provocou. Como se vê, o temor das vítimas tem razão de ser, ou não acreditam nelas ou as culpam.
Quem sabe suas declarações, por tirar o lixo debaixo do tapete, possam servir para que muitas crianças e adolescentes se salvem. Que assim seja!
G1 Ana Cassia Maturano.

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