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06/09/2012

Cinco bebês são infectados por bactéria em maternidade no RN

Bebê é conduzido para UTI Neonatal na Maternida Escola Januário Cicco, em Natal (Foto: Ricardo Araújo/G1) 
Em menos de uma semana, cinco bebês internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), em Natal - gerida pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) -, foram infectados pela bactéria 'pseudomonas aeruginosa'. As infecções foram diagnosticadas na última semana de agosto. Um dos bebês infectados morreu. Os outros quatro foram isolados pela direção da Maternidade para evitar a contaminação de outros recém-nascidos. A bactéria tem como principais sintomas febre e perda de apetite e é resistente aos antibióticos.
De acordo com a médica infectologista Lúcia Calich, presidenta da Comissão de Infecção Hospitalar da MEJC, a pseudomona é comumente encontrada em ambientes hospitalares. "É uma bactéria que circula normalmente e o que nos chamou a atenção foi o números de casos identificados num curto intervalo de tempo". Entretanto, a infectologista descarta a possibilidade de surto da bactéria. "Para caracterizarmos a infecção como surto, temos que avaliar cada caso para elaborarmos planilhas de comparação. Até agora, o que temos não se caracteriza como surto", destacou Lúcia Calich.
    O diretor geral da Maternidade, Kleber Morais, esclareceu que o primeiro caso foi identificado no dia 21 de agosto passado. O bebê morto foi o segundo a ser diagnosticado com a pseudomona. "Entretanto, o bebê era prematuro e muito frágil. Ele tinha outras complicações", afirmou o diretor. As outras infecções foram detectadas nos dias 26 de agosto, em um recém-nascido, e dois dias depois em mais três bebês. "Desde então, não estamos mais admitindo recém-nascidos na UTI Neonatal", confirmou o diretor geral. A MEJC dispõe de 18 leitos de UTI Neonatal, dos quais 10 estão ocupados atualmente.
Kleber Morais destacou ainda que a superlotação da unidade pode ter contribuído para a proliferação da bactéria. "Já faz tempo que falamos da superlotação da Maternidade e os gestores estaduais e municipais não tomam nenhuma providência". O diretor afirmou que a infecção 'generalizada' causou tensão na equipe médica e também indignação. "A Saúde potiguar está um caos e acaba refletindo na superlotação da nossa maternidade. É preciso que os gestores se sensibilizem para que ofertamos um atendimento digno para as mulheres", ressaltou.
Como medida de segurança, os profissionais que trabalham no setor infectado redobraram os cuidados com a higienização do local. Além disso, os recém-nascidos que precisam ser internados em leitos de UTI estão sendo encaminhados para o Centro de Recuperação Pós-Operatório (CRO). Porém, não há mais vagas. Na manhã desta quinta-feira (6), inclusive, um bebê precisou ser levado para a UTI e a diretora médica Maria da Guia Garcia disse que não teria condições de recebê-lo.
A Secretaria de Saúde de Natal (SMS), informou, via nota, que "a superlotação se deve a outros municípios, pois Natal possui três maternidades e realiza uma média de 500 partos por mês, garantindo o acesso às mulheres de Natal".
Na MEJC, são realizados partos de alto risco, conforme contrato existente com o Ministério da Educação e da Saúde. Com a 'Rede Cegonha', a SMS informou que haverá aumento de leitos de UTI neonatal e UTI materna, além de leitos de baixo risco nas maternidades da Região Metropolitana de Natal.

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